De Londres à Londres

Eu comecei a escrever sobre Londres, porque sempre amei esta cidade, sem nem ao menos chegar até ela, pelo menos até escrever esta carta. Eu a amo distantemente, amo – a por revista, postal, Reportagem de jornal e até em água mineral que vem de lá, mesmo sendo água tudo igual. Desde a minha adolescência coleciono matérias sobre Londres, corto tudo que sai sobre lá, sei que não há muita explicação por esta paixão, mas ela é envelhecida e antiga como a cidade de Londres. Nem meu inglês é tão bom assim, às vezes quero dizer a amigos ingleses várias coisas, e não sei me expressar, mas a poesia se expressa por si só, a poesia é universal, é uma metáfora atrás da outra, e as metáforas não precisam das palavras exatas de nenhum idioma, basta usar o sentimento que se quer passar. A poesia não cabe numa cidade, a poesia cabe na alma, a alma é que mora no lugar do qual se poetiza. A alma não tem nacionalidade, a alma é de todas as origens ao mesmo tempo, ser inglês ou brasileiro é só uma questão de pensamento. Embora saiba que este meu pensamento é muito novo para as mentes arcaicas.